“Trabalho é amor, tornado visível.”
Khalil Gibran
Sentamo-nos à mesa.
O convite da Moda Noiva surgiu, natural, e ali ficou, a olhar-me.
Pensamos no conceito. Traçamos planos. Apertamos as mãos.
Fizemos acontecer.
Conduzi, até Coimbra, naquela manhã, emudecida. Senti a pressão, o peso da responsabilidade – sinto sempre, por mais tempo que passe!.. – típicos dos instantes que antecedem grandes momentos.
Deixei-me levar pela brisa, no Hotel Quinta das Lágrimas. Apercebi-me, no primeiro segundo, porque é que parte da história de Pedro e de Inês, se escreveu ali. Fui recebida como ninguém, de braços abertos. Estava em casa… E fui recebendo, também, aqueles que escolhi, para partilhar comigo aquele dia frio, de sol, a condizer, um a um: todos eles com os mesmos traços, no rosto. Chegara a hora.
O sol bailava por entre as árvores. Ouvia-se o respirar das folhas, secas.
Alinhavaram-se as primeiras imagens, os primeiros ângulos…
Até que a vimos, pela janela.
A minha Inês. A nossa Inês.
Acabamos por juntar-nos a Pedro – o meu Pedro, o nosso Pedro – que a esperava, logicamente, ansioso.
E, quando me apercebi, de surpresa, passara o tempo, passaram as horas, passara tudo, num sopro, num fôlego, num segundo, num piscar de olhos.
“Coimbra tem mais encanto, na hora da despedida.” – disseram-me e disse eu. Mas, debaixo da noite estrelada, não me sentia capaz de lhe dizer adeus, assim… Tão de repente…
Cada uma destas imagens, leva-me atrás, no tempo, numa viagem incessante, rodopiante, intensa e sem fim…
Ouço, novamente, o correr da água das Fontes das Lágrimas e dos Amores. Relembro Camões, mentalmente, e encho-me da luz do “Sol de Inverno” – do meu, do nosso “Sol de Inverno”.
Perco-me pela imensidão de emoções que, vivi.
A palavra saudade fará sentido?..
Faz, certamente, não tenho qualquer dúvida… Até porque, como canta a fadista, “as coisas vulgares que há na vida, não deixam saudade”…
De vulgar, agora, com o canto dos pássaros a entrar-me pelo escritório, enquanto anoitece lá fora, em boa verdade, este dia, não teve nada…
Não lhe vejo nada de ordinário, não lhe sinto nada de comum…
E as minhas últimas palavras, também agora, também hoje, por isto, vão, invariavelmente, para a Moda Noiva: lisonjear-nos-á sempre trabalhar convosco, fazer par convosco, contar convosco.
Projectos dedicados, sérios, levados em mãos por gente dedicada, séria, são sempre de louvar: parabéns, pelo vosso, e obrigada… Por tudo!
“Da história, no dia em que o Sol de Inverno nos beijou, fez-se história…”
(Mais agradecimentos, em breve.)
Deixe um comentário